terça-feira, 10 de agosto de 2010

Vá ao bosque e colha amoras frescas...

Em sua busca por amoras, o que seria um rápido passeio, com objetivo meio e fim, se tornou um novo começo na vida simples e regrada de nosso coelhinho, que não conhecia muito além de sua família e costumes tradicionais de sua raça.

Antes mesmo de capturar sua primeira amora, que lhe parecia tão valiosa quanto as mil e duzentas que tinha em casa, surge a sua frente, camuflado entre a amoreira, um Louva Deus, tão invisível antes, e agora presente a sua frente como se sempre estivesse ali.

Ora, o louva deus transmitia já de cara a serenidade e sabedoria naturais a espécie, predador feroz para insetos menores, servia a comunidade com sua paciência e ombro amigo para as confissões e conversas que só ele era capaz de aguentar. Ouvido amigo, sempre grato ao seu deus por sua vida, e admirado por todos por sua prece perene, suas garras como palmas unidas em posição de oração.

Vejam só o que a vida nos traz, o que um coelhinho branco e pequeno faz em selva aberta, correndo a saltando sem destino, paralisado ao menor movimento do vento, das folhas, da vida.

Me sinto feliz em ver tanta alegria, no fundo dos olhos desta lebre, inocente e sem noção dos perigos que podem atravessar o peito. Esperança. Quais as convicções que traz, será que pode nos ajudar nos conselhos, terá discernimento para julgar os menores?

Em nossa caminhada, tanto na distância de nosso caminho como no caminhar ideológico que pretendemos seguir, sempre encontramos personagens ou sinais, e isso esta fora de nosso controle. Na simples busca por amoras, do outro lado do bosque, caminho tão conhecido como o caminho da cama ou da mesa. Lá fora existe o ingrediente invulnerável que pode mudar o destino de nossas vidas, o acaso.

Perante o duvidoso destino, podemos nos deparar com bestas da selva, demônios alucinados, ursos bêbados, enxames de abelhas apresadas. Mas nesse passeio que inicialmente tinha um objetivo singular, nosso amiguinho encontrou um ser também singular e, a primeira vista não lhe traria muitas novidades.

A primeira barreira, e graças a ela estamos aqui, são as advertências destas criaturas, que nos alerta sobre o perigo de andar por ai sozinho.

-Onde você deseja chegar?

Nenhum comentário:

Links

CódigoFonte.net