segunda-feira, 29 de junho de 2009

A vida na Floresta.

Debaixo do chão vivia os coelhos, numa toca, tão grande e aconchegante quanto o lar mais agradável dos homens, mas ao estilo e padrão que convém a essa raça.

Nesta família de coelhos, especificamente, vivia dez coelhinhos, oito filhotes, papai coelho e mamãe coelho.

E como sempre, o papai coelho estava em frente a lareira, em sua poltrona de palha dourada, deitado, lendo os jornais da região, reclamando com os dói mais jovens filhos que insistiam em brincar em sua sala, seu escritório particular. Ali os costumes de sua raça eram bem evidentes, aos olhos de quem reconhecia uma casa de coelhos. Seus livros e mais livros espalhados, como colunas, entre estantes de madeira claras e amarelas. A lareira ficava bem no meio da sala, como um grande fogão, como o principal objetivo de aquecer toda a casa, ou toca como chamam os homens, toda a casa que se espalhava ao redor do escritório do papai coelho.

Logo ao lado do escritório, através de um corredor onde havia de pequenas plantas frutíferas como por exemplo; morangos silvestres, amoras, pequenas castanhas pretas, azeitonas anãs e erva doce. Logo depois desse delicioso corredor natural, estava a cozinha. O lugar predileto da mamãe coelho. Ali ela se sentia a vontade para fazer o seu delicioso pudim de morango, a receita mais agradável da floresta. O perfume de seus patês e cremes para acompanhar com pão e vinho, este perfume rodeava-se e espalhava-se chaminé a fora, ao redor da toca, e assim se repetia nas casas, por toda floresta.

A hora mais agradável de brincar de correr pelas ruas das arvores era entre 10:30 e 12:00, pois é nesse horário em que as mamães coelhos estavam cozinhando e o perfume de seus temperos transformava a floresta.

Na cozinha, entre batatas cortadas em cubinhos, molhos cremosos para o maçarão, panelas de barro, copos de madeira perfeitamente moldados. O vapor das panelas escaldantes, sobe, entre as paredes da casa, paredes perfeitamente cobertas por azulejo verdes, que imitam a vegetação, mosaicos de folhas em forma de círculos. O chão coberto por pedras redondas, fixas por um rejunte branco que não deixa espaço para poças de água, totalmente plano e liso.

Toda a toca... Perdão senhor coelho. Toda a casa de coelho, é naturalmente construída. Quando dois coelhos se casam, logo ou até antes mesmo da festa de casamento, uma casinha começa a ser cavada. O primeiro salão a ser aberto é uma sala, que no futuro vai se tornar o escritório do patriarca. Um corredor ao lado e eis mais um grande salão para a cozinha. Os corredores dos quartos se estendem, mas não por muito metros pois logo os coelhinhos crescem e se casam e seguem seu caminho numa nova família.

E não podemos deixar de imaginar como é grande a família dos coelhos. A hierarquia familiar é bastante respeitada, quando todos se reúnem em volta do patriarca e da mantenedora do lar. E pela enorme lista de convidados que um almoço de domingo oferece, todos os finais de semana são extremamente agendados. E ao longo de uma vida, um coelho é cheio de tarefas e deveres a cumprir, horários, datas importantes de aniversários, vários calendários para um mesmo ano. O tempo urge para os coelhos, e eles transbordam de vida. E é assim que um coelho trata de sua vida, regando e trabalhando, amando e enchendo a casa de filhos.

Mais um bom coelho sabe as orelhas que tem.

Um comentário:

Wagner Marques disse...

esse mansur é um ficcionista!

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